Era incerta, onde estão seus protagonistas?

O mundo passou, e continua passando, por várias mudanças drásticas. Uma das grandes mudanças que ocorreram, foi a dissolução das utopias e aspirações da humanidade. Todas elas criadas para gerar uma sociedade melhor e mais justa. No decorrer da história, os homens procuraram nas mais diversas ideologias, as respostas para as inquietações de suas almas. Mas no fim da década de 80, cai o muro de Berlim e com ele começam “a cair” todas as ideologias e utopias que a humanidade pôde absorver: o cristianismo, o niilismo, o capitalismo, entre outros “ismos”.

Isso aconteceu, porque nenhum sistema desses conseguiu de fato, estabelecer aquilo que seus seguidores tanto apregoavam, por não fazer uma análise realista das pessoas em sociedade. Sem contar a incoerência dos mesmos, que discursavam algo que não viviam.

Na lacuna que essas ideologias deixaram, o único “ismo” que responde os anseios da humanidade, é o pragmatismo, alinhado a aceleração de nosso tempo e a instantaneidade com que as pessoas vivem suas vidas.

Hoje a desesperança toma conta dos corações, é muito mais fácil se conformar com a paz e prosperidade individual, do que pensar em melhorar alguma coisa, pois tudo “jaz no maligno” mesmo. Se importar para quê? Ou para que mudar? Para as gerações mais antigas, que viveram a época do fervor dessas ideias, só restam à saudade e nostalgia desses tempos, para as gerações mais novas, o descompromisso com a vida, e a falta de propósito. Sim estamos vivendo numa geração que desaprende cada vez mais rápido a sonhar e a enxergar algo que seja além da poltrona acolchoada de uma multinacional, ou cargo público. Vivemos numa geração em que o clamor dos oprimidos, e as injustiças dos que “detêm o poder” nas mãos, já não incomodam mais.

Isso é muito diferente do que um jovem viveu, ele viu a esperança ir embora quando seu povo foi levado a cativeiro, e viveu as incertezas de sua época, já que foi entregue para servir em um local que não conhecia. Estamos falando de Daniel, que não só viveu, mas compreendeu seu tempo, para então respondê-lo. Daniel protagonizou uma história fabulosa, em meio a uma das maiores potências do mundo antigo, a Babilônia.

Daniel poderia facilmente se acomodar mediante o decorrer dos fatos a sua volta, mas se posiciona como alguém que busca a revelação de Deus e intervém no seu universo social, tornando-se dessa forma um brilhante gestor público.

O que precisamos hoje, não é de uma ideologia, mas de homens e mulheres que escolham se colocar nas brechas de seu tempo, intervindo no espaço em que estão inseridos através de um relacionamento vivo com Deus e o próximo. Pessoas que voltem a sonhar, e saibam interpretar a história do mundo em que vivem sob a ótica do Deus que levanta homens que escrevem uma nova página da humanidade, em que a paz seja fruto de justiça, a justiça de seu Reino.

2 Respostas to “Era incerta, onde estão seus protagonistas?”

  1. Davi Vasconcelos Says:

    Se Condorcet ainda estive vivo e algo como esse post lhe chegasse as mãos ele diria:”Em qual academia você se graduou para tentar falar de seu tempo dessa forma?”
    Como já era esperado esse post coloca abaixo toda idéia do pregresso do espírito humano de Condorcet. A realidade hoje prova que essa as ideologias de do filósofo não se concretizaram:”Eu me relacionar com a natureza de forma a compreende-la de maneira clara a ponto de não explora-la?”

    Muito Bom!

  2. Leonardo Barcelos Says:

    Genial, como sempre belas palavras e ótima reflexão.

    O desafio é traduzi-los em atos.

    Sinto-me desafiado em caminhar nessa perspectiva.

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